Com histórias de fé, baianos e turistas reverenciam Iemanjá na praia do Rio Vermelho, em Salvador

doyá, Dandalunda, Janaína, Iemanjá. Os nomes para ela são muitos, assim como os agradecimentos de devotos e filhos no dia de celebrar a história dela, o 2 de fevereiro.

Na Bahia é tradicionalmente resguardada para o uso do branco, cor que simboliza a paz, a pureza e a limpeza espiritual. Nesta sexta, no entanto, baianos e turistas somaram o azul ao branco em homenagem ao orixá que é considerado a rainha das águas salgadas.

Para onde o olhar era fixado, na praia do Rio Vemelho, em Salvador, os populares carregavam flores para deixar no mar como presente. O cheiro da alfazema e da água de flores também foi uma presença marcante na praia.

O ritual de renovação da fé costuma ser igual para quase todo mundo que chega no bairro, que é o reduto de Iemanjá e fiéis. Descer da orla, pisar na areia, chegar até a beira d’água e fazer o agradecimento à dona do dia é imprescindível para a renovação da fé na Rainha do Mar.

Os primeiros a chegar são sempre os pescadores, como Raimundo Sapucaia, de 51 anos. “Cheguei desde ontem de noite [quinta, 1º], dormi aqui na praia. Sou pescador desde menino e meu sustento vem dela. Vim pedir muita força e muito peixe para que a gente possa continuar alimentando nossa família. Sem ela, nada disso é possível”.

Nas religiões de matrizes africanas, Iemanjá é a mãe de todos os orixás. Por esse motivo, muitas mulheres recorrem a ela para um pedido muito especial.

Daiane Collins, 33, é uma dessas mulheres. Depois de várias tentativas para engravidar, ela resolveu recorrer ao orixá, em 2016. Com o barrigão de oito meses, ela enfrentou o sol forte e o grande fluxo de pessoas para homenagear a Rainha das Águas.

“Hoje eu vim agradecer, porque eu fiz um pedido e ela me deu a honra de realizar. Eu estava tentando engravidar há um tempo e agora eu vou ter uma menina e devo isso a ela. Não tenho mais pedidos, nem poderia ter. Ela me deu o que há de melhor”, disse emocionada.

Veterana na comemoração, a soteropolitana Sara Levi trouxe a amiga Amanda Mattos para comemorar pela primeira vez. Natural de Natal, no Rio Grande do Norte, Amanda mora em Salvador, mas nunca tinha participado da festa.

“Eu fico impressionada porque aqui tem diversidade cultural, é energia muito boa. Apesar de morar aqui, eu nunca tinha vindo para a festa”, contou sem revelar os pedidos que fez à Iemanjá. Sara, porém, não escondeu os dela: “Quero sucesso e boas energias. Venho há 15 anos e, para mim, é uma tradição para começar o ano com bons fluídos”.

fonte Nana Alencar, G1 BA

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