A juíza Tula Mello, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, decretou a prisão temporária de nove policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais, do 16º Batalhão da Polícia Militar, em Olaria. Todos os detidos são sargentos e foram presos por suspeitas de associação para o tráfico de drogas.

De acordo com as investigações, os policiais receberiam propina para auxiliar integrantes da facção criminosa Comando Vermelho a retomar o controle da venda de drogas na Cidade Alta, na Zona Norte do Rio. Atualmente, a localidade é dominada por criminosos do Terceiro Comando Puro (TCP). Ainda se investiga a suspeita de que os policiais teriam alugado o veículo blindado da corporação, conhecido como Caveirão, para infiltrar os criminosos na favela.

As informações do envolvimento dos PMs com o crime organizado vieram à tona após a prisão de 45 suspeitos, com apreensão de 32 fuzis, em confronto entre facções rivais no último dia 2 de maio. Entre os detidos, estava o traficante Carlos Alberto de Assis Farias, o Cachoeira, que revelou um plano de retomada da região com a ajuda do Grupo de Ações Táticas Especiais da unidade.

Segundo o inquérito policial militar, Cachoeira estava insatisfeito porque pagara a PMs por apoio e, no entanto, o Bope apareceu na região para rechaçar a tentativa de invasão. A Polícia Militar identificou que o mesmo grupo do 16º Batalhão estava trabalhando na região nos mesmos dias em que ocorreram outras tentativas de invasão de traficantes à Cidade Alta.

Além da prisão temporária de cinco dias, a magistrada decretou também a quebra dos sigilos bancários e fiscais, e o bloqueio dos bens dos nove policiais militares investigados.

Com informações de Douglas Corrêa, da Agência Brasil