Na Semana Mundial do Aleitamento Materno, especialistas fazem alerta para ditadura da amamentação.

Há muita magia em torno do aleitamento materno, além da pressão feminina que gira em torno desse tema. Apesar de ser algo natural, o aleitamento materno se tornou um termômetro, muitas vezes, da aprovação e do título ou não de uma boa mãe. O que muitas mulheres não sabem e não é amplamente discutido durante a gestação é que muitas dessas futuras mães não conseguirão amamentar, seja por questões biológicas, psicológicas ou até por escolha própria, o que ainda continua sendo um tabu na nossa sociedade. A Semana Mundial do Aleitamento Materno, movimento em defesa do aleitamento materno, acontece entre os dias 01 e 08 de agosto e é uma ótima oportunidade para refletirmos sobre o assunto e tirar dúvidas com os especialistas.

Muito se fala sobre o impacto da amamentação na primeira infância da criança, mas pouco se fala sobre como esta ação considerada simples e instintiva para o ser feminino se torna, muitas vezes, um fardo para aquelas que não a consegue ou simplesmente optam por não seguir com a amamentação.

De acordo com a pediatra e professora do curso de medicina da IDOMED Alagoinhas, Ana Paula Medes, a falta do aleitamento materno causa impactos na saúde da criança especialmente na imunidade, pois o leite materno contém imunoglobulinas que são a defesa do corpo para vários tipos de doenças e a sua ausência aumenta o risco de obesidade nessas crianças.

Mas a especialista esclarece ainda que as fórmulas infantis do primeiro semestre de vida possuem nutrientes e compostos essenciais para o bom desenvolvimento do bebê nesse período de vida em substituição ao leite materno.

“Estas fórmulas são aliadas das mamães a medida em que elas percebem nas consultas pediátricas o bom crescimento e desenvolvimento de seus bebês durante o seu uso. Claro que o ideal sempre será o leite materno como alimento exclusivo nos 6 meses de vida iniciais, mas as mães que não conseguem ou não podem amamentar seus filhos sentem o alívio de poderem utilizar fórmulas nutritivas e seguras para eles”, declara a pediatra e professora do IDOMED Alagoinhas-BA, dra. Ana Paula Medes.

Anna Paula Oliveira, psicóloga e Professora do IDOMED Alagoinhas-BA, faz um alerta importante: é necessário desconstruir o que já foi enraizado e cristalizado sobre esse tema. “O aleitamento materno não é um ato simples e instintivo, mas a nossa sociedade construiu essa forma de pensar sobre o assunto. O aleitamento materno é um processo, uma construção, mas muitas vezes difícil também para determinadas mulheres”, declara a especialista.

Segundo a psicóloga, os profissionais de saúde necessitam de preparo e precisam estar atentos para fortalecer essa mãe. “Quando se fala em algo simples e instintivo, como é visto pela sociedade, já faz essa mulher\mãe entrar em sofrimento psíquico, com pensamentos de tenho que ter leite o suficiente, será que meu leite tem sido suficiente? A mulher tensa, ansiosa, acaba gerando hormônios no corpo que impedem a produção de leite. Assim, é relevante instruir essas mulheres e seus familiares sobre a temática”, conclui ela.

 

Fonte Camila Anjos Assessora de Comunicação